quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A tragédia que nos une na teoria do "tô indo".

Hoje ao lavar a louça da minha casa estive pensando: primeiro, tenho que escrever sobre lavar louças, talvez como possibilidade teórico e metodológica das minhas pesquisas, há ali uma sistemática e uma lógica dos lares brasileiros, pergunta de partida da pesquisa: como lavamos nossas louças sujas? e noutra demanda estava e estou consternado com o que está acontecendo em Santa e bela Catarina, tenho amigos que moram por lá e morei um bom tempo por lá, então isso me comove, e vejo que na tragédia nos ajuntamos mais. Vivemos intensamente indo por aí, minha teoria do "tô indo" ainda não foi escrita, mas logo darei alguns pitacos por aí. Vou comprar uma photograph, made in paraguay, e, aí, poderei ilustrar o que venho pensando. Pergunta de partida: estamos todos indo para algum lugar, hipóteses e varíaveis: não paramos mais nos sinais pois, estamos indo!!!; não paramos para atravessar a rua pois, estamos indo!!!; buzinamos freneticamente quando estamos engarrafados pois, estamos indo!!!, e, para finalizar, esbarramos em todas as pessoas nas ruas e, não olhamos pois, estamos indo!!! assim sendo a tragédia nos barra o ir, nos faz parar e apreciar as imagens da tragédia, rostos desfigurados pela presença do choro, da tristeza, da ausência do amigo, irmão, amante, namorado, marido, filho, tio; que num instante da natureza visibilizou a fragilidade humana. E o ciclo recomeça novamente, espero que a natureza não seja culpada de apenas deslizar sobre nós, será que não é a hora de pensarmos um pouco mais com ela, escutar seus ruídos, deslizes, inundações, ventos, chuvas em novembro, para estabelecermos outras formas de alteridade com ela? Sei lá, sou apenas um tolo que acredita que essas mortes e tristezas poderiam ser mediadas, poderíamos aprender novamente como morar e como viver, talvez esse seja o ensinamento das tragédias e das crises.

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi! Não abandone a o blog. Fiquei muito chateado com a sua ida para o Macapá. Você abandonou a UERJ mas se esqueceu que haviam alunos na Unversidade, seus alunos.Fiquei extremamente chateado com a sua partida, que intorrompe uma trajetória, um projeto, um modo de pensar.

Por hoje é só.