Possibilidades na estrada do planejamento

Continuando na estética Duchamp, e pensando também na aula de quinta feira sobre a questão da inventividade na prática cotidiana dos professores e professoras e sua relação com o planejamento escolar (que se repetiu na aula de sexta feira à tarde), entendo a necessidade de dialogarmos sobre nossas convicções no processo de composição do planejamento na escola. E nisso lembro das questões da técnica que estão presentes no que postei no primeiro texto, e na possibilidade de invenção que está presente em cada um, nos seus percursos individuais e coletivos, questão que foi levantada na aula, e que não está visível na "estrutura" do planejamento, mas para isso é preciso se apropriar dessas ferramentas e tentar dar uma outra possibilidade para o planejamento. E para isso vou buscar na poesia de Fernando Pessoa uma inspiração, que talvez ligue com a imagem, ou também não, pois a imagem tem um leitura imprevisível, assim como a poesia...

Na VÉSPERA de nada.

Ninguém me visitou.

Olhei atento a estrada

Durante todo o dia

Mas ninguém vinha ou via,

Ninguém aqui chegou.

Mas talvez não chegar

Queira dizer que há

Outra estrada que achar,

Certa estrada que está,

Como quando da festa

Se esquece quem lá esta.

(Fernando Pessoa)